A varicela é uma doença infecciosa e muito contagiosa, que atinge principalmente as crianças e com maior incidência entre os dois e os oito anos. Embora seja mais raro, a varicela pode atingir os adultos que não tiveram a doença enquanto crianças.O seu período de incubação varia de 2 a 3 semanas sendo apenas contraída uma vez, ficando-se à partida imune para toda a vida.
Sintomas
- Mal-estar;
- Dores de cabeça;
- Febre ligeira;
- Falta de apetite;
- Manchinhas vermelhas na pele, que transformam-se rapidamente em vesículas que contêm um líquido. As vesículas a seguir secam-se e formam crostas.
Quais são as causas da varicela?
A varicela é causada por um vírus muito contagioso chamado Vírus da Varicela Zoster que se transmite por contacto directo ou através das gotinhas de saliva infectadas. O germe patogénico encontra-se também nas vesículas, que se desenvolvem sobre a pele. A via de transmissão poderá ser através da tosse ou espirro, podendo o vírus propagar-se através da respiração num determinado ambiente. Nas escolas é onde existe grandes riscos de contágio, quando uma criança se encontra infectada.
Quando consultar o médico?
Sempre que se suspeite de varicela, os pais devem procurar ajuda pediátrica:
1- Imediatamente:
- Se a criança tem um “ar doente”;
- Tem febre elevada (temperatura rectal superior ou igual a 39,5ºC);
- Tem uma respiração difícil;
- Tem convulsões e está muito sonolenta;
- Se apresentar vómitos repetidos ou dores de cabeça intensas.
2- Dentro de algumas horas:
- Se as lesões cutâneas se tornarem vermelhas, quentes, dolorosas ou drenarem pus;
- Se a criança tem menos de 28 dias de vida;
- Se a febre persistir mais de 3-4 dias.
O que poderá fazer o médico?
O médico fará o diagnóstico clínico e prescreverá medicamentos para o prurido e para a febre (paracetamol) sugerindo medidas de isolamento familiar e escolar.
Nos casos mais graves, o médico poderá prescrever uma substância anti-histamínica, esta para reduzir o prurido.
Actualmente é possível diminuir a duração e a gravidade da varicela através da administração de um medicamento específico, o Aciclovir, em cinco doses diárias de xarope ou comprimidos, este tratamento deve ser aplicado desde o início da doença para que seja eficaz.
O uso deste medicamento deve ser ponderado pelo médico e pelos pais, sendo a sua utilização recomendada nas situações em que é maior o risco de varicela grave, como são os jovens acima de catorze anos e os adultos, os doentes a tomarem altas doses de corticoides ou os que sofrem de doenças de pele ou doenças respiratórias crónicas.
O que fazer?
Dado que o risco de infecção aumenta quando a criança coça as crostas, aconselha-se:
- Aplicar uma pomada que atenue o prurido;
- Assegurarmo-nos de que a criança não sofre demasiado de calor;
- Além do banho diário com água morna e sabão deve haver o cuidado de manter as unhas bem cortadas e limpas;
- Uma higiene insuficiente pode causar infecções e chagas, enquanto as crostas coçadas podem deixar cicatrizes;
- Isolar o doente de outras crianças e também dos adultos que não foram atingidos, até ao desaparecimento das crostas, pois poderão existir ainda vírus activos debaixo das crostas secas.
Pode prevenir-se a varicela?
Já existe uma vacina bastante eficaz contra a varicela (Varivax e Varilix), mas não faz parte do calendário de vacinação.
Existe também, para atenuar os sintomas da doença nos indivíduos que tiveram contacto com doentes e têm risco de desenvolver uma forma grave de varicela (adultos, grávidas, imunodeficientes, doentes tratados com doses altas de corticoides e recém-nascidos), a possibilidade de administrar a gama globulina hiperimune (um soro especial, que possui uma taxa elevada de anticorpos contra a varicela que vão combater o vírus).
Vantagens da vacina
- Redução dos custos socioeconómicos afectados por esta doença;
- Evita 7 a 10 dias de falta na escola e trabalho;
- Estavacina tem uma eficácia de70 a 90% na prevenção da doença.
Reacção à vacinação
As reacções secundárias à vacina são geralmente ligeiras e incluem os seguintes sintomas:
- Vermelhão no local da injecção;
- Febre;
- Dor e inchaço no local onde foi aplicada a injecção (não superior a 48 horas);
- Fadiga, tonturas, náuseas;
- Erupções cutâneas, isto pode acontecer até um mês após a última vacina.
A aplicação desta vacina não é aconselhável a mulheres grávidas e pessoas com o sistema imunitário enfraquecido.
Bibliografia: